sábado, 27 de novembro de 2010

Dez direitos naturais da criança

Encontrei esses direitos num Blog que costumo visitar. Achei muito interessante!


1. Direito ao ócio: Toda criança tem o direito de viver momentos de tempo não programado pelos adultos.

2. Direito a sujar-se: Toda criança tem o direito de brincar com a terra, a areia, a água, a lama, as pedras.

3. Direito aos sentidos: Toda criança tem o direito de sentir os gostos e os perfumes oferecidos pela natureza.

4. Direito ao diálogo: Toda criança tem o direito de falar sem ser interrompida, de ser levada a sério nas suas idéias, de ter explicações para suas dúvidas e de escutar uma fala mansa, sem gritos.

5. Direito ao uso das mãos: Toda criança tem o direito de pregar pregos, de cortar e raspar madeira, de lixar, colar, modelar o barro, amarrar barbantes e cordas, de acender o fogo.

6. Direito a um bom início: Toda criança tem o direito de comer alimentos sãos desde o nascimento, de beber água limpa e respirar ar puro.

7. Direito à rua: Toda criança tem o direito de brincar na rua e na praça e de andar livremente pelos caminhos, sem medo de ser atropelada por motoristas que pensam que as vias lhes pertencem.

8. Direito à natureza selvagem: Toda criança tem o direito de construir uma cabana nos bosques, de ter um arbusto onde se esconder e árvores nas quais subir.

9. Direito ao silêncio: Toda criança tem o direito de escutar o rumor do vento, o canto dos pássaros, o murmúrio das águas.

10. Direito à poesia: Toda criança tem o direito de ver o sol nascer e se pôr e de ver as estrelas e a lua.”

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Imagens da diversidade e ancestralidade: nossa feira de cultura

Sem medo de pecar por falsa modéstia podemos dizer que a Feira de Cultura deste ano foi uma explosão de originalidade, imaginação, inventividade e intelectualidade. Presenciamos demonstrações incríveis de que na sala de aula é possível abordar temáticas relacionadas à cultura africana afrobrasileira e indígena de forma a criar um ambiente que seja transformador, por isso, potencialmente educativo. As temáticas trabalhadas abordaram os principais aspectos das cultura negra e indígena como a textura do cabelo, a cor da pele, as expressões corporais, habitação, etc. Os trabalhos foram cuidadosamente expostos e muitos apresentaram verdadeira articulação temática e estética. O resultado de tudo isso não se esgota nos produtos apresentados, vão muito além, se apresentam nas mudanças de comportamento dos estudantes e docentes frente ao outro, principalmente no sentido de valorização. O que foi feito na escola no dia 20 de novembro tem haver, como foi nossa intenção, com a afirmação de povos e culturas ainda marginalizada, mas que começam a ser vistas com outros olhos, com outros sentimentos. E o mais importante é que somos nós, a escola, agentes dessa transformação. Podemos afirmar que demos mais um passo rumo à construção uma escola ética, democrática e inclusiva.   
Preparativos
Preparativos
Abertura da Feira: professor Rodrigo


Abrir com chave de ouro

Capoeira

Dança teatralizada

Dançando com o segundo ciclo

Culturas indígena

Painel de textos 

Índios e africanos



Professora Carminha e um belo trabalho de ilustração
Os birotes das Bintous

Autoretrato: nossa escola
Elemento da cultura Hip-Hop: grafite

Grafite: arte

Beleza negra

Cabelos de Lelê: sensação de movimento

Imaginação e criatividade


Adélia P., Martinha, Valéria e nossa irmã Preta.


Ao todo foram feitos mais de 400 registros...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A escola convida para Feira de Cultura - Diversidade: herança ancestral

“Foi desindianizando o índio, desafricanizando o negro, deseuroperizando o  europeu  e  fundindo suas  heranças culturais que nos fizemos. Somos em conseqüência, um povo síntese, mestiço na carne e na alma, orgulhoso de si mesmo, porque entre nós a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Um povo sem peias que nos atenham a qualquer servidão, desafiado a florescer, finalmente, como uma civilização nova, autônoma e melhor." (Darcy Ribeiro).
        O povo e a cultura brasileiros descendem de uma mistura plural de raças que lhe deu raízes. Colonizadores portugueses, índios e africanos constituíram a base da nossa formação étnica. Colonizadores franceses e holandeses também passaram pelo Nordeste do Brasil.
        A imigração começou oficialmente quando o Rei D. João VI promulgou a lei que permitia a posse de terras por estrangeiros, em novembro de 1808, cujo objetivo era facilitar a ocupação do Sul do País para, assim, branquear a população que, majoritariamente era negra e evitar a invasão dessas terras por castelhanos.
         No entanto, foi a partir do início do século XX que massas de imigrantes alemães, italianos, poloneses e japoneses acrescentaram novos elementos ao processo dessa mistura plural. Os brasileiros são, talvez, o povo mais miscigenado racialmente.
        O processo de miscigenação é intenso desde o início da colonização. Já que era pequeno o número de mulheres brancas entre os colonizadores, estes se relacionavam com índias ou negras escravizadas, muitas vezes à força. Essa miscigenação dá origem a outros tipos étnicos como o mulato, o caboclo e o cafuzo. Os imigrantes que vieram mais tarde para o Brasil, apesar de terem se estabelecido em comunidades fechadas, também tiveram papel importante na formação da IDENTIDADE BRASILEIRA. Identidade essa flexível, por isso, sujeita a reelaborações constantes, inclusive nas salas de aula, nó pátio, nas festas e feiras escolares.


Sendo a escola o espaço aberto para discussão e formação  dessas   várias  identidades sócio-culturais, nós estudantes e professores da Escola Maria do Carmo Orechio, convidamos toda a comunidade para prestigiar  a nossa feira de cultura.
  DIA: 20-11-2010 
    HORÁRIO: 9:00  as 11:00 hs

LOCAL:  ESCOLA MUNICIPAL  MARIA DO CARMO ORECHIO
Rua: Hércules –  s/n

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Entrevistas e trabalho de campo no Museu de Artes e Ofícios: O mundo do trabalho

Joyce e "O mundo do trabalho"

Entrevista com a diretora Mônica sobre sua história de vida
relacionada ao trabalho



Entrevista com a assistente escolar
Silvana, patrimônio da escola
No dia 4 de novembro, a turma da amizade, sala 2, turno da tarde, teve o prazer de conhecer um espaço cultural muito importante para a história dos antigos ofícios brasileiros, o Museu de Artes e Ofícios. A visita foi a culminância do projeto "O mundo do trabalho". O projeto contou com ações também dentro da sala de aula. Entrevistamos a diretora da escola e uma assistente escolar para saber um pouco sobre as atividades realizadas por essas pessoas na escola. O objetivo principal do projeto foi levar os alunos à reflexão sobre o universo do trabalho a partir do estudo de textos, de pesquisas, das entrevistas e do contato com o acervo do museu, da observação e apreciação de seus diversos objetos.
 Ir ao cinema, a museus e exposições não é simplesmente um ato "ilustrativo" do conteúdo dado em sala de aula. Museus são locais com grande potencial educativo, onde é possível ter contato com obras de arte originais, além de uma verdadeira noção do que é patrimônio histórico e cultural.
acervo do museu consiste numa rara e valiosa coleção de cerca de mais de 2.200 peças reunidas ao longo de décadas e doadas ao patrimônio público federal pela empreendedora cultural Ângela Gutierrez, dando continuidade ao trabalho iniciado há mais de 50 anos por seu pai, o engenheiro Flávio Gutierrez.
A coleção apresenta ao público as tecnologias de produção que deram origem a muitas das profissões contemporâneas. São peças que permitem aos visitantes fazer uma empolgante viagem aos fazeres, ofícios e artes dos últimos três séculos. São objetos de grande, médio e pequeno porte, confeccionados em madeira, ferro, couro, cerâmica – desde um alambique até minúsculas formas para confecção de jóias. Vale a pena conferir.

Turma da amizade


Perguntas...

Ofício da mulher
Barbeiro cirurgião

Objetos bem pequenos


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Caçadas de Pedrinho,de Monteiro Lobato, sob suspeita



Acreditar piamente na mídia é um problema sério. O Jornal "A Folha de São Paulo" divulgou a seguinte nota sobre uma denuncia oferecida á Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da(SEPPIR/PR): (sublinho as falácias)


As aventuras da turma do Sítio do Picapau Amarelo poderão ser banidas das salas de aula. O Conselho Nacional de Educação (CNE) quer proibir nas escolas públicas do País o livro ‘Caçadas de Pedrinho’, um clássico da literatura infantil escrito por Monteiro Lobato. Os 12 conselheiros do órgão acataram por unanimidade denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, que considerou a obra racista. Conforme parecer do Conselho, o racismo estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e referências a animais, como urubu e macaco.


Publicado em 1933, o livro narra as peripécias de Pedrinho à procura de uma onça pintada. Em um dos trechos da obra que motivou a denúncia o escritor diz: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão”. De acordo com a autora do parecer, Nilma Lino Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os exemplares devem ser retirados das escolas ou adotados desde que a obra traga nota sobre os “estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura”.


Frases do livro


“Não vai escapar ninguém — nem Tia Nastácia, que tem carne preta. As onças estão preparando as goelas para devorar todos..”
Fala da personagem Emília num trecho do livro

“Tia Nastácia (...) trepou, que nem uma macaca de carvão, pelo mastro de São Pedro acima (...) parecia nunca ter feito outra coisa na vida”
Trecho do capítulo ‘O assalto das onças’

“A boneca fez um muxoxo de pouco-caso. Depois, voltando-se para Tia Nastácia: — E você, pretura?”
Trecho do mesmo capítulo

“Tenha paciência — dizia a boa criatura. —Agora chegou a minha vez. Negro também é gente, Sinhá...”
Tia Nastácia no último capítulo do livro

Reportagem de Diego Barreto e Maria Luisa Barros

De acordo com a professora Nilma Lino Gomes, relatora do Parecer ainda não homologado, " O CNE analisou a questão e apresentou três recomendações que foram aprovadas pela Câmara da Educação Básica: 1) que sejam seguidos os critérios do PNBE em relação a não seleção de obras com estereótipos raciais, doutrinações, etc; 2) que caso sejam selecionadas obras clássicas  - pois todos reconhecem o valor literário dos clássicos - como é o caso do livro Caçadas de Pedrinho e que tenham tal teor elas deverão inserir na contextualização da obra uma nota explicativa sobre os estereótipos raciais nelas presentes (este é o caso do livro Caçadas de Pedrinho) Essa advertência baseia-se nas análises críticas já realizadas sobre os estereótipos raciais na obra do autor; 3) que a formação de professores inclua a discussão crítica sobre essa temática. A Folha de São Paulo foi o primeiro jornal a deturpar o parecer do CNE, seguida do Estado de Minas, O Globo e outros mais. Eles espalharam a falácia de que o CNE quer "vetar" o livro. E agora a notícia está se espalhando".


A mídia distorce tudo, portanto o CNE divulgou uma resposta á matéria feita pela "Folha de São Paulo ". Acesse o link e acompanhe.  (http://portal.mec.gov.br/cne) 


Será que é exagero do CNE querer observar se o livro contém expressões de racismo? Será que todos os professores têm como mediar a leitura da obra, tornado compreensível o contexto sócio-histórico da época e o da atualidade?